25 de out. de 2012

Assim está por aqui...Sol e chuva casamento de viúva!

Lourosa, 25 de Outubro de 2012
Sol e Chuva...

Querida Crise,

Hoje acordei, como é hábito, a primeira coisa que fiz, levantei a persiana para ver como estava o tempo...e reparei que estava um dia tristonho, cinzentão...mas com uns raios de sol tímidos, a espreitarem de vez em quando...então hoje está assim, ora chove e faz sol, ora pára de chover e o céu fica coberto de nuvens e o sol foge, não se sabe para onde...mas passados poucos minutos, o cenário muda por completo e já temos sol e chuva de volta...
Desde miuda, que ouço esta expressão, no mínimo caricata e diria um pouco enigmática...só hoje me deparei que nunca me "dei ao trabalho" de tentar perceber realmente o que quer concretamente dizer este ditado popular "Sol e chuva casamento de viúva!"


Partilho com vocês, uma pesquisa que fiz sobre o assunto...

"Este provérbio faz parte de um conjunto que se refere a fenómenos meteorológicos, normalmente em estreita ligação com as actividades do mundo rural. Ao que parece, trata-se de comentários que decorrem de certas concepções mitológicas ou mágicas sobre o tempo atmosférico e o ciclo das estações. 

O provérbio em causa vem referido, sem explicitação do seu significado, no Dicionário de Provérbios: Francês-Português-Inglês de Roberto Cortes de Lacerda et al. (Lisboa, Contexto, 2000, pág. 102), que o junta aos seguintes:
«Chuva e sol, casamento de espanhol.»
«Chuva e sol, casamento de raposa.»
«Quando chove e faz sol, casam-se as feiticeiras.»
«Quando chove e faz sol, estão as bruxas em Antanhol, embrulhadas num lençol a dançar o caracol.»
Como se vê, este conjunto de provérbios sugere que a coincidência de chuva e sol é encarada como um paradoxo, situação que exige um comentário também ele paradoxal, se não mesmo surrealista, indo ao encontro de certa mitologia.
Lacerda et al. apresentam estes provérbios como equivalentes ao francês «(C´est) le Diable (qui) bat sa femme (et marie sa fille)» [«(É) o Diabo (que) bate na mulher (e casa a filha)»]. No intuito de revelar o sentido deste dito francês, citam A. Rey e S. Cantreau, Dictionnaire des expressions et locutions, Paris, Le Robert, 1993):
«Segundo Gottschalk, tratar-se-ia da adaptação cristã de uma lenda relatada por Plutarco, na qual Júpiter, deus do fogo, discutia com Juno, deusa da humidade» (tradução do seguinte texto em francês: "Selon Gottschalk, il s´agirait de l´adaptation chrétienne d´une légende rapportée par Plutarque, où Jupiter, dieu du feu, se querellait avec Junon, désse de l´humide»)."


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